Thalisson Pinto Trindade de Lacerda¹
O
presente estudo tem como pretensão, elaborar a partir das leituras de Mendes
(2007); Consorte (1998); Ferretti (2001), possíveis interpretações que são
estabelecidas através dos aprofundamentos na analise do fenômeno, nesse caso “a
festa a escadaria do nosso senhor do Bonfim” realizada todos os anos na
Bahia/BA. A autora Mendes (2007) propõe uma reflexão sobre a real importância
da religiosidade a partir da “memória” preservada no contexto baiano presente
na tradição com elementos significativos construídos pelos afro-descendentes
por volta do século XIX, um momento em que houve transformações reelaboradas
pela comunidade através das experiências individuais e coletivas em sua
diversidade sincrética caracterizada pelo contexto sociopolítico, econômico e cultural.
Sendo
assim, é possível através de leitura perceber que atuação dos grupos
encontra-se presente em outra dimensão em que segundo Consorte (1998) é a dupla
pertença que existe até os dias atuais fortemente construída e desafiada pela
sociedade ao passo que o tradicional sincretismo continua fortemente presente
no catolicismo popular e na religião afro- brasileira. De tal modo,
interpreta-las no campo religioso é necessário revestir o manto cientifico com
inquietações teóricas e metodológicas, e posteriormente adentrar para
compreender os elementos em comum, implicações que estão associadas às práticas
e crenças do individuo a frente da sua realidade.
Pelo
contraponto Antropológico, Ferretti (2001), propõe uma compressão mais ampla e
geral sobre o sincretismo no Brasil contextualizando o termo e sua influência
na sociedade brasileira, no primeiro momento ele traz uma citação de Boff (1982)
em que todas as religiões são sincréticas, e que cada cultura religiosa em sua
experiência religiosa possui suas próprias categorias através das ações ligadas
às práticas e rituais religiosos, ou seja, trata-se do próprio
multiculturalismo construído no contexto religioso, entretanto, pelo
contraponto de Mendes (2007) a cultural é dinâmica e estabelecida com influencia
política, econômico e sócio cultural fortemente presente nos grupos sociais.
Então aquilo que Ferretti (2001), propõe ampliando a discussão do termo de
forma universal, mas em especial ir aos espaços onde o pesquisador pode
encontra os elementos e comportamentos do sincretismo religioso católico e
afro-brasileiro. Então a ideologia de Mendes (2007) ao trazer a perspectiva da
festa e sua influencia no contexto histórico, tradição, memória preservada e
reelaborada pelas crenças, raças e étnicas da cultural brasileira, é perceber
que esses fatores contribuíram para construir as interfaces das religiões
tradicionais daquilo que resignificado pela cultura do homem em sua natureza
sapiens e simbólica.
__________________________________¹Acadêmico do Curso de Ciências das Religiões-UFPB
REFÊRENCIAS:
CONSORTE,
Josildeth Gomes. Sincretismo ou
Africanização? Os sentidos da dupla pertença. São Paulo: 1998.
FERRETTI,
Sérgio F. Notas sobre o sincretismo
religioso no Brasil – modelos, limitações e possibilidades. Niterói, Vol 6, num. 11, julho, 2001, p.
13-26.
MENDES,
Érika do Nascimento Pinheiro. A lavagem
das Escadarias do nosso Senhor do Bonfim da Bahia: Identidade e Memória no
final dos oitocentos. UERJ. 2007. p.1-10.
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