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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Amazônia ganha Santuário e Nossa Senhora indígena



Amazônia. Hectares de distâncias, desafios sem confim. Terra de povos originários, de religiosidade popular, de interesses de bons e maus. Em meio a tantos problemas, a Igreja quer reforçar sua presença, levando esperança e alento a seus habitantes.
A região vai ganhar um Santuário em frente ao Rio Negro. O Santuário de Nossa Senhora da Amazônia, zona oeste de Manaus, terá forma de canoa, principal meio de transporte dos povos amazônidas.
Nossa Senhora da Amazônia tem agora uma imagem, apresentada aos mais de 2 mil fiéis que participaram da celebração da Santa Missa na noite da última segunda-feira, 26, no Largo de São Sebastião.
A representação da Virgem foi feita por uma artista local e escolhida através de um concurso nacional, realizado pela Arquidiocese de Manaus, no primeiro semestre deste ano. Na imagem, Nossa Senhora possui traços indígenas e pele escura, carregando o menino Jesus, com as mesmas características, em cima de uma Vitória Régia, planta típica da região amazônica.


Rádio Vaticano

disponível em < http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=284748>

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

domingo, 25 de dezembro de 2011

SOBRE OS TRES REIS MAGOS



Os Reis Magos foram homens que guiados por uma estrela conseguiram visitar Jesus logo após seu nascimento. Reconhecidos como Baltasar, rei da Arábia de cor negra; Melchior, rei da Pérsia de cor clara e Gaspar, rei da Índia de cor amarela, representam os povos de toda cor e nação.

Traziam consigo presentes a Jesus que tinham um significado especial:

O ouro representava nobreza e era presente oferecido apenas para reis;
O incenso representava a fé e era presente oferecido apenas para sacerdotes;
A mirra representava perfume suave e sacrifício e era presente oferecido a profetas.

Na simbologia, os reis magos também representavam os ricos e poderosos que, apesar de suas posses e conquistas, curvaram-se a Jesus, homem humilde que nasceu de um ventre virgem em uma estrebaria rodeada de animais mostrando que todos nós nascemos para servir o próximo, independente de etnia e classe social.

No século XIX, os reis magos se tornaram distribuidores de presentes às crianças.

Por Gabriela Cabral. disponível em <http://www.brasilescola.com/natal/reis-magos.htm>

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE NATAL




A todos os visitantes e pesquisadores do blog quero desejar um feliz natal, que todas as luzes que são acessas nas casas sejam também acessas nos corações e que brilhem como um raio de paz invadindo os dias da tua vida.
Boas festas!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

PENSAMENTO DE MIRCEA ELIADE

 

REDYSON, Deyve. Introdução ao pensamento de Mircea Eliade. João Pessoa: Editora Universitária UFPB, 2011.




Esta obra, apesar de seu título modesto e despretensioso, é de fundamental importância para a área de Ciências das Religiões. Como a leitura atenta evidenciará, os pontos filosóficos principais, formulados por Eliade ao longo de sua carreira acadêmica, longa e produtiva, serão apresentados e analisados.

A proposta da obra é canônica: vida, obra e pensamento. Na "vida" aprendemos, pelo exemplo, o quanto é difícil, o quanto se exige de um pesquisador que queira realmente produzir uma obra significativa, inédita e inovadora. São infinitos deslocamentos, viagens, mudanças (de cidade, país, continente), muitas incertezas, infinitas horas, debruçado sobre livros, e passadas em bibliotecas. Dificuldades financeiras não pouparam Eliade de dissabores e aborrecimentos. Que diferença o "pesquisador-funcionário público", protegido pelo seu emprego! Não vai a congressos, não escreve artigos ou livros, mas tem o seu título e recebe o seu salário!

Já o capítulo sobre "a obra" é uma rica bibliografia comentada. Seguindo a cronologia, vemos que Eliade não se apressava nas conclusões. Cada livro publicado encerrava alguns anos de estudo e pesquisa. Não por acaso, sua produção é bem fundamentada e sólida. Consideramos este capítulo segundo e a bibliografia no final do volume como fontes seguras para o pesquisador. Quanto ao "pensamento" de Eliade, terceiro capítulo da obra, fica claro o quanto é atual e pujante. O conceito de homo religiosus é sua principal contribuição, segundo nosso ponto de vista.

Trata-se do indivíduo que vive integralmente a experiência do sagrado, não intelectualmente, mas com suas emoções genuínas. O mito, então, é sua verdade mais profunda, fruto de uma revelação ou hierofania, não uma lenda ou fábula, produto do diletantismo, mas uma mensagem divina obtida em condições singulares, num espaço sagrado e num tempo igualmente sagrado. Para o homo religiosus, o sagrado é o real e o verdadeiro, o profano é falso, pseudo-real, temporalmente limitado. Ora, a experiência do sagrado é maravilhosa e quer ser mantida, portanto ritualisticamente ele a reproduz, em dadas condições, assim o mundo se mantém e o homo religiosus mesmo é o que é, um ser, graças ao rito que executa, seguindo o modelo primordial... (do Prefácio de Fabrício Possebon, coord. do PPGCR-UFPB).


Mais informações aqui, no e-mail do autor.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O SIGNIFICADO DOS SÍMBOLOS DO NATAL NA TRADIÇÃO CRISTÃ



O homem não vive sem sinais e símbolos.
Seu pensar, seu conhecer, seu expressar o real e o espiritual é realizado através de símbolos. Ele transforma tudo em símbolos para ser entendido pelos outros. Assim a língua falada e escrita e as artes nas suas diversas expressões (pintura, escultura, música, dança ...) são os símbolos mais comuns.

O homem se expressa simbolicamente também através da fé e da cultura, e o natal é uma expressão de fé e de cultura.

Conheça melhor a grandeza dos significados dos símbolos do Natal:

Árvore de Natal:

No mundo, milhões de famílias celebram o Natal ao redor de uma árvore. A árvore, símbolo da vida, é uma tradição mais antiga do que o próprio Cristianismo, e não é exclusiva de uma só religião.

Muito antes de existir o Natal , os egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casas no dia mais curto do ano em dezembro como um símbolo de triunfo da vida sobre a morte.

Já o costume de ornamentar a árvore pode ter surgido do hábito que os druidas tinham de decorar velhos carvalhos com maçãs douradas para as festividades deste mesmo dia do ano.A primeira referência a uma " Árvore de Natal" é do século XVI. Na Alemanha, famílias ricas e pobres decoravam árvores com papel colorido, frutas e doces. Esta tradição se espalhou pela Europa e chegou aos Estados Unidos pelos colonizadores alemães. Logo, a árvore de Natal passou a ser popular em todo mundo.

Pinheiro

É a única árvore que não perde suas folhas durante o ano todo. Permanece sempre viva e verde.
Foi usado pela primeira vez pela rainha da Inglaterra Elizabete e por ocasião do dia 25 de Dezembro , quando oferecia uma grande festa e recebia muitos presentes .

Não podendo recebê-los todos pessoalmente pediu que fossem depositados em baixo de uma árvore no jardim.

Origina-se daí, igualmente, o costume depositar os presentes em baixo da árvore.
Árvore verde também trás a esperança , a alegria e a vida nova .
O verde constante do pinheiro, a vida permanente e plena que Jesus Cristo aparece.

Bolas coloridas que enfeitam as árvores.

Simbolizam os frutos da "árvore vida" ou seja, Jesus Cristo.

O Presépio:

Um dos símbolos mais comuns no Natal dos países
católicos é a reprodução do cenário onde Jesus Cristo nasceu: uma manjedoura, animais, pastores, os três reis magos, Maria, José e o Menino Jesus.

O costume de montar presépios surgiu com São Francisco de Assis, que pediu a um homem chamado Giovanni Villita que criasse o primeiro presépio para visualizar, sensibilizar, facilitar a meditação da mensagem evangélica, do, conteúdo, do mistério de Jesus Cristo que nasce na pobreza, na simplicidade.

São Francisco, então, celebrou uma missa em frente deste presépio, inspirando devoção a todos que o assistiam.

Papai Noel:

Ele foi inspirado no bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas. Foi declarado santo depois que muitos milagres lhe foram atribuídos.

Sua transformação em símbolo natalino aconteceu na Alemanha e daí correu o mundo. Nos Estados Unidos, a tradição do velhinho de barba comprida e roupas vermelhas que anda num trenó puxado por renas ganhou força.A figura do Papai Noel que conhecemos hoje foi obra do cartunista Thomas Nast, na revista Harper's Weeklys, em 1881.

O cartão de Natal:

A prática de enviar cartões de Natal surgiu na Inglaterra no ano de 1843. Em 1849 os primeiros cartões populares de Natal começaram a ser vendidos por um artista inglês chamado William Egly.
Independentemente da sofisticação, beleza e simplicidade, os cartões são símbolos do inter-relacionamento do homem. O ser humano é comunicação, é relacionamento. A dimensão dialogal, de comunhão, de empatia vem expresso pela palavra escrita. Ao falarmos em palavra, nos vem à mente o prólogo do evangelho de São João: Cristo é o Verbo, a Palavra criadora, unificadora e salvadora de Deus (Jo 1,1-5).
Os presentes:

Existem muitas origens para este símbolo. Uma delas conta que São Nicolau, um anônimo benfeitor, presenteava as pessoas no período natalino. Outra tradição mais antiga, lembra os três reis magos que presentearam Jesus. O dia e o motivo de dar e receber presentes varia de país para país.
A origem dos presentes por ocasião do final do ano tem origem pagã e que a tradição cristã foi aos poucos assimilando.

Os romanos, há mais de 1500 anos, tinham o costume de enviar presentes aos amigos no início do ano novo. Tal hábito coincidia aos festejos ao deus Janus (um deus bifronte, que olhava para o ano que terminava e para o que começava) e, talvez as origens do nosso reveillon e outras comemorações de fim de ano. Esta festa complementava a festa do sol (25 de dezembro).

Com o crescimento do cristianismo essas festas foram ganhando sentido cristão: Cristo é o Sol que ilumina o caminho dos homens; Ele é o Senhor da História; é o grande presente de Deus à humanidade.

Dar presente é uma maneira muito palpável de demonstrar a solidariedade e bondade humana em dar sem interesse de receber. É vivenciar de maneira simples e ínfima a imensa e infinita bondade de Deus.

Canções de Natal:


A Igreja católica sempre deu muita importância para o valor da música. As primeiras canções natalinas datam
do século IV e são cantadas até hoje na véspera de Natal.

A Comida:

O Natal significa comida na maior parte do mundo cristão. O simbolismo que o alimento tem na mesa no dia de Natal vem das sociedades antigas que passavam muita fome e encontravam em algum tipo de carne - o mais importante prato - uma forma de referenciar à Deus e à Jesus. Geralmente era servido porco, ganso - mais tarde substituído por peru, e peixe. Uma série de bolos e massas são preparados somente para o Natal e são conhecidos por todo mundo.

A ESTRELA

A estrela na sociedade humana esteve sempre ligada como "bússolas naturais" das pessoas. Hoje os aparelhos de navegação evoluíram de tal forma que as estrelas se tornaram apenas ornamentos no céu, objeto de estudo. Contudo durante milhares de anos eram elas as responsáveis em guiar os navegadores pelos mares e os viajantes pelos desertos. Eram elas que indicavam a direção, o sentido, o porto seguro.

A estrela guiou os três reis magros Baltazar, Gaspar, Melchíor - desde o oriente até local onde nasceu Jesus para que pudessem presentea-lo com ouro, incenso e mirra , é lembrada hoje pelo enfeite que é colocado no topo da árvore de Natal. E Jesus Cristo é a Estrela Guia da humanidade. Ele é o caminho, o Sentido, a Verdade e a Vida.

OS MAGOS

"Eis que uns magos chegaram do Oriente a Jerusalém perguntando: 'onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? ... viemos adorá-lo, '... Eis que a estrela que tinham visto no Oriente, ia-lhes à frente até parar sobre o lugar onde estava o menino ... e o adoraram. Abriram seus cofres e lhe ofereceram ouro, incenso e mirra"(Mt 2,1-12).

Não eram reis e sim sábios, estudiosos, mas o que isto importa? A mensagem é mais forte que esse detalhe. Esta narração tão plástica e viva, enriquecida posteriormente com aspectos lendários, como o nome dos três (Melchior, Gaspar e Baltazar), traz duas grandes mensagens teológicas:

- Cristo não veio apenas para os Judeus, mas para redimir toda a humanidade, Ele é o polo para o qual convergem todas as raças.

- A segunda grande mensagem está relacionada aos presentes oferecidos pelos magos: ouro, incenso e mirra. O evangelista Mateus expressa por esses símbolos a fé vivenciada pelos primeiros cristãos: Cristo é Rei dos Reis (daí o ouro), é filho Deus (o incenso) encarnado (a mirra).

A VELA
Por milhares de anos, até a descoberta da energia elétrica há 100 anos, a vela, a lamparina ou lampião a óleo, as tochas foram as fontes de luz nas trevas noturnas. A minúscula chama afugentava as trevas, a escuridão dando segurança e calor. Por isso na antigüidade alguns povos chegaram a cultuar o fogo como divindade. Jesus Cristo é a luz que ilumina nosso caminho: "Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8,12). E "vós sois a luz do mundo ... não se acende uma candeia para se pôr debaixo de uma vasilha, mas num candelabro para que ilumine todos os da casa. É assim que deve brilha vossa luz" (MT 5,14-16). 


Referência: disponível em < http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/natal/13.htm>

sábado, 10 de dezembro de 2011

I SEMINÁRIO VIDELICET RELIGIÕES – CIÊNCIAS E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES NOS 5 ANOS DO VIDELICET


Breve relato do I Seminário Videlicet Religiões

O seminário iniciou suas atividades na segunda-feira (5/12/11) e encerrou-se na quarta-feira(7/12/11). Durante estes três dias, tivemos a oportunidade de ampliar nossos conhecimentos através das palestras ministradas por professores, entre outros, que abordaram diversos assuntos ligados a história das religiões, os quais serviram para enriquecer o saber de todos os participantes.
Entre os palestrantes tivemos o prazer de ouvir o professor Carlos André Cavalcante, que abriu o evento relatando um breve histórico do Grupo Videlicet, para em seguida nos brindar com uma maravilhosa conferência, falando sobre “Quando o nosso mundo se tornou cristão”, tema que abordou o advento do cristianismo no Ocidente, baseado no livro do Paul Veyne.
No segundo dia, terça-feira (06/12/11), contamos com a presença de dois mestres formados no próprio grupo. O primeiro, o professor Daniel Simões (mestre em História UFPB), apresentou o tema “Católicos x Protestantes na Romanização”, onde falou sobre a romanização do século IX e da implantação do protestantismo, mostrando a intolerância do catolicismo neste processo, a qual teve como seu maior representante a figura do Padre Júlio Maria, grande perseguidor dos hereges. No segundo momento tivemos o professor Luciano Vieira Rocha (mestre em Ciências das Religiões UFPB), com o tema “Da História para as Ciências das Religiões: o fenômeno religioso como objeto de estudo”, no qual relatou que as ciências das religiões teve início no Brasil quase que simultaneamente com a chegada dos portugueses e que a historia produzida pelos jesuítas é tratada como precursora das ciências das religiões, a qual está diretamente ligada a História das religiões. Dentro do contexto, ele cita os sociólogos Marx, Durkheim e weber, e afirma que este último, Weber, é o que tem mais influência no estudo do fenômeno religioso na atualidade.
Na sequência, o professor Carlos André Cavalcante apresentou o Projeto Acervo Sonia Siqueira de Documentos da Santa Inquisição no Brasil – Digitalização e análise. Este acervo conta com inúmeros filmes, microfilmes, processos inquisitoriais, etc., e tem como coordenadores o próprio professor Carlos André, Sonia Siqueira, entre outros, e oferece aos alunos interessados no assunto, cursos de formação em Paleografia e Conteúdo historiográfico e para abrilhantar o evento, estiveram presentes as professoras Vitória e Joana.
Finalizando as atividades do dia, assistimos à conferência da professora Ana Paula Cavalcante, que falou sobre “O Imaginário da Cabala e da Alta Magia Cristã”, tema que nos transportou numa viagem realmente mágica, passando pela magia dos magos, magia grega, alta magia, média magia, baixa magia, cabala, livro de Thoth, Tarô, misticismo gnose, esoterismo, ciências ocultas, magia x civilização cristã, para encerrar fazendo uma análise do momento atual, onde a sociedade vive um novo ciclo de interesses, buscando culturas diferentes e exóticas, que valorizam o princípio vital.
No último dia, a palestrante inicial foi a Mãe Lúcia de Omidewa com o tema “O poder feminino dentro das religiões de matriz africana”. Na sua exposição, carregada de emoção, a Mãe lúcia relatou vários casos de intolerância religiosa, os quais marcaram profundamente a sua vida, levando-nos a refletir a respeito deste comportamento nefasto que ainda é tão presente nos dias atuais.
Em seguida passamos para o lançamento do novo livro do Grupo (um e-book disponível em www.amazon.com) comemorativo dos 5 anos do Videlicet: O que se pode ver nas Religiões – Textos do Videlicet vol. 1 – Ed. UFPB, 2011, 303 páginas.
E finalmente, para encerrar o evento, contamos com o Frater Edigley de Brito Bastos, representando a Ordem Rosacruz Amorc ( Antiga Mística Ordem Rosacruz), que segundo ele, tem como objetivo promover a evolução da humanidade e o seu equilíbrio em todos os aspectos e surgiu no antigo Egito 1503 a.C, tendo iniciado sábios gregos como Teles e Pitágoras.
Concluímos, diante da diversidade e riqueza dos temas abordados durante o evento, que acontecimentos desse nível são de fundamental importância para os alunos de todas as áreas da academia e especialmente para os de Ciências das Religiões. Infelizmente, aqueles que não puderam participar, perderam a oportunidade de enriquecer seus conhecimentos, o que não os impede de conhecer o Videlicet, grupo que traz uma grande contribuição para a vida acadêmica dos seus participantes.
Parabenizamos toda a equipe do Videlicet pela excelente qualidade do evento, pela impecável organização e agradecemos pela oportunidade impar que nos foi proporcionada.

Relatório exclusivo para  o blog  enviado por Verônica Maria Silva (graduanda do curso de Ciências das Religiões – 4º período)
         
ALGUMAS FOTOS DO SEMINÁRIO




 Representante das religiões de matriz africana com suas vestes religiosas

 Profa. Ms.Ana Paula proferindo sua palestra

 Turma de Ciências das Religiões prestigiando o envento

 Foi uma honrra conhecer   pessoalmente o Prof. Dr. Carlos André



 VIDEO  DO SEMINÁRIO





sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ARTE SACRA ORIENTAL- JANTAR INDIANO


    A comida é uma forma de arte em todas as civilizações, elas fazem todo um trabalho de reverencia ao alimento. Comer por se só já é uma atividade que exige todo um ritual desde a preparação até o momento da partilha.
    Tivemos a oportunidade na disciplina de arte sacra oriental participar de um jantar indiano onde podemos experimentar o sabor da culinária indiana, bem como o ritual antes do momento de se partilhar os alimentos. Foi um momento marcante na v ida dos alunos da disciplina. A nossa Profa. Dra. Lúcia do departamento de ciências das religiões, está de parabéns em mostrar a cultura das religiões orientais e por nos ter proporcionado este momento marcante na nossa vida acadêmica.
    Estiveram presentes no jantar os alunos da graduação em ciências das religiões, bem como outros convidados, dentre eles o Prof. Dr. Fabricio. O jantar foi realizado no restaurante Gouvinda no bairro do cabo branco.

ABAIXO POSTO UM POUCO MAIS SOBRE A CULTURA ALIMENTAR INDIANA, BEM COMO AS FOTOS E O VIDEO DO MOMENTO DA APRESENTAÇÃO DO RITUAL REALIZADO PELOS PRÓPRIETÁRIOS DO RESTAURANTE.
   A culinária indiana é caracterizada pelo seu uso sofisticado e sutil de muitas ervas e especiarias. Considerada por alguns como a culinária mais diversificada do mundo, cada ramo da cozinha indiana é caracterizada pelo uma ampla gama de pratos e técnicas culinárias. Embora uma significativa porção da comida indiana seja vegetariana, muito pratos indianos tradicionais incluem frango, peixe, bode, cordeiro e outras carnes. Bife não é comido pela maioria dos hindus.
     A comida é uma parte importante da cultura indiana, desempenhando papel tanto na vida diária quanto nos festivais. Muitas vezes a comida indiana cotidiana consiste de 2 ou 3 pratos principais com acompanhamentos variados como chutney (condimento agridoce, picante ou uma mistura dos dois) e picles, alimentos ricos em carboidratos como arroz e roti (pão), assim como sobremesas.

A diversidade é uma característica marcante na geografia, cultura e comida indiana. A culinária indiana varia conforme a região, refletindo a demografia variada e diversidade étnica do subcontinente. Em termos gerais, a culinária indiana pode ser dividida em 4 categorias: norte, sul, leste e oeste da Índia. Apesar da diversidade, alguns aspectos únicos fazem parte da culinária indiana. O uso de grande variedades de especiarias é parte integral da preparação das comidas e utilizado para acentuar o sabor e criar aromas únicos.
  Os pontos comuns da culiária indiana são arroz, atta (farinha de trigo integral), e uma variedade de legumes sendo que os mais importantes são masoor (tipo de lentilha), chana (grão-de-bico), toor (guandu), urad (tipo de feijão) e mung (semente da vigna radiata). A maioria dos curries indianos são fritos em óleo vegetal. No norte e oeste da Índia óleo de amendoin é tradicionalmente mais popular para fritar, enquanto que no leste óleo de mostarda é mais comumente usado. No sul da índia óleo de coco e de gergelim são comuns.

Especiarias e comida indiana
As especiarias mais importantes na culinária indiana são pimentas, semente de mostarda preta, cominho, cúrcuma, feno-grego, gengibre e alho. Misturas de especiarias populares são Garam Masala que é um pó com geralmente 5 ou mais especiarias secas; e Goda Masala. Algumas folhas são comumente usadas na culinária indiana, como tejpat (folha da cassia), coentro, feno-grego e menta. O uso das folhas do caril é típico de toda culinária indiana. Nos pratos doces são usados cardamomo, noz moscada, açafrão, e essência de pétalas de rosa.

Bebidas na culinária indiana

Chá é a bebida típica mais comum por toda a Índia, o qual é geralmente preparado como masala chai com uma mistura de especiarias fervidas no leite. O café é a segunda bebida mais popular. Outras bebidas incluem nimbu pani (limonada), lassi (feita com mistura de iogurte com água, sal e especiarias), badam dood (leite com nozes e cardamomo), chaach (feito com coalhada/iogurte) e sharbat (suco de frutas e pétalas de flores). Os indianos também têm muitas bebidas alcoólicas nativas como vinho de palma, fenny (tipo de licor), bhang e cerveja indiana. Porém, a prática de consumir bebida junto com comidas não é comum na Índia.

( disponível em <http://www.copacabanarunners.net/culinaria-indiana.html>) 

FOTOS DURANTE O JANTAR









video do momento da celebração antes do jantar

DEPOIMENTOS COLHIDOS DE ALGUNS ALUNOS DO CURSO

KILZE:

“É UM MOMENTO INTERESSANTE, POIS VAMOS ENTRAR EM CONTATO DIRETO COM UMA CULTURA DIFERENTE AONDE VAMOS PARTICIPAR JUNTO COM ELES DAS TRADIÇÕES ALIMENTARES E TABÉM RELIGIOSOS COMO PARTICIPAMOS AINDA POUCO ATRÁS COMO PODEMOS PRESENCIAR ELES FAZENDO SUAS OFERENDAS. É UM MOMENTO ÚNICO COMO ESTUDANTES DO CURSO DE CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES”.

REGINALDO:

“ESTE MOMENTO FOI IMPORTANTE PARA NÓS, POIS É UMA PESQUISA ETNOGRÁFICA UMA PROPOSTA DA PROFESSORA, PARA QUE SE QUEBREM PARADIGMAS DE PRECONCEITOS PARA COM OUTRAS RELIGIÕES E CULTURAS, NÓS COMO PESQUISADORES DAS CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES TEMOS QUE PROCURAR A CADA DIA APROFUNDAR ACERCA DE OUTRAS CULTURAS RELIGIOSAS. TENHO CERTEZA QUE TODOS AQUI ESTÃO FELIZES EM PODER CONHECER O RITUAL E A ALIMENTAÇÃO DESTA CULTURA INDIANA. A PROFESSORA ESTA DE PARABÉNS EM NOS TER PROPOCIONADO ESTE MOMENTO IMPAR”.









terça-feira, 29 de novembro de 2011

O SIGNIFICADO DO ADVENTO PARA OS CRISTÃOS CATÓLICOS




Significado do termo
Advento - adventus, em latim - significa vinda, chegada. É uma palavra de origem profana que designava a vinda anual da divindade pagã, ao templo, para visitar seus adoradores. Acreditava-se que o deus cuja estátua era ali cultuada permanecia em meio a eles durante a solenidade. Na linguagem corrente, significava também a primeira visita oficial de um personagem importante, ao assumir um alto cargo. Assim, umas moedas de Corinto perpetuam a lembrança do adventus augusti, e um cronista da época qualifica de adventus divi o dia da chegada do Imperador Constantino. Nas obras cristãs dos primeiros tempos da Igreja, especialmente na Vulgata, adventus se transformou no termo clássico para designar a vinda de Cristo à terra, ou seja, a Encarnação, inaugurando a era messiânica e, depois, sua vinda gloriosa no fim dos tempos.

Surgimento do Advento cristão
Os primeiros traços da existência de um período de preparação para o Natal aparecem no século V, quando São Perpétuo, Bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias, antes do nascimento do Senhor. É também do final desse século a "Quaresma de São Martinho", que consistia num jejum de 40 dias, começando no dia seguinte à festa de São Martinho.
São Gregório Magno (590- 604) foi o primeiro papa a redigir um ofício para o Advento, e o Sacramentário Gregoriano é o mais antigo em prover missas próprias para os domingos desse tempo litúrgico.
No século IX, a duração do Advento reduziu-se a quatro semanas, como se lê numa carta do Papa São Nicolau I (858-867) aos búlgaros. E no século XII o jejum havia sido já substituído por uma simples abstinência.
Apesar do caráter penitencial do jejum ou abstinência, a intenção dos papas, na alta Idade Média, era produzir nos fiéis uma grande expectativa pela vinda do Salvador, orientando-os para o seu retorno glorioso no fim dos tempos. Daí o fato de tantos mosaicos representarem vazio o trono do Cristo Pantocrator. O velho vocábulo pagão adventus se entende também no sentido bíblico e escatológico de "parusia".

O Advento nas Igrejas do Oriente
Nos diversos ritos orientais, o ciclo de preparação para o grande dia do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo formou-se com uma característica acentuadamente ascética, sem abranger toda a amplitude de espera messiânica que caracteriza o Advento na liturgia romana.

Na liturgia bizantina destaca-se, no domingo anterior ao Natal, a comemoração de todos os patriarcas, desde Adão até José, esposo da Santíssima Virgem Maria. No rito siríaco, as semanas que precedem o Natal chamam-se "semanas das anunciações". Elas evocam o anúncio feito a Zacarias, a Anunciação do Anjo a Maria, seguida da Visitação, o nascimento de João Batista e o anúncio a José.

O Advento na Igreja Latina
É na liturgia romana que o Advento toma o seu sentido mais amplo.
Muito diferente do menino pobre e indefeso da gruta de Belém, nos aparece Cristo, no primeiro domingo, cheio de glória e esplendor, poder e majestade, rodeado de seus Anjos, para julgar os vivos e os mortos e proclamar o seu Reino eterno, após os acontecimentos que antecederão esse triunfo: "Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas; e, na Terra, angústia entre as nações aterradas com o bramido e a agitação do mar" (Lc 21, 25).
"Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem" (Lc 21, 36). É a recomendação do Salvador.
Como ficar de pé diante do Filho do Homem? A nós cabe corar de vergonha, como diz a Escritura. A Igreja assim nos convida à penitência e à conversão e nos coloca, no segundo domingo, diante da grandiosa figura de São João Batista, cuja mensagem ajuda a ressaltar o caráter penitencial do Advento.
Com a alegria de quem se sente perdoado, o terceiro domingo se inicia com a seguinte proclamação: "Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto". É o domingo Gaudete. Estando já próxima a chegada do Homem- Deus, a Igreja pede que "a bondade do Senhor seja conhecida de todos os homens". Os paramentos são cor-de-rosa.
No quarto domingo, Maria, a estrela da manhã, anuncia a chegada do verdadeiro Sol de Justiça, para iluminar todos os homens. Quem, melhor do que Ela, para nos conduzir a Jesus? A Santíssima Virgem, nossa doce advogada, reconcilia os pecadores com Deus, ameniza nossas dores e santifica nossas alegrias. É Maria a mais sublime preparação para o Natal.

* * *
Com esse tempo de preparação, quer a Igreja ensinar-nos que a vida neste vale de lágrimas é um imenso advento e, se vivermos bem, isto é, de acordo com a Lei de Deus, Jesus Cristo será nossa recompensa e nos reservará no Céu um belo lugar, como está escrito: "Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que O amam" (1Cor 2, 9).

(Revista Arautos do Evangelho, Dez/2006, n. 60, p. 18-19)
Fonte: Arautos do Evangelho

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PARTICIPAÇÃO DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES NA IV SEMANA DE PSICOLOGIA 2011-UFPB

Religiosidade e espiritualidade em um grupo de alcoólicos anônimos, este foi o tema abordado pelos acadêmicos de ciências das religiões: Leia Nascimento, Rita francisco , Thalisson Trindade e Verônica Maria. Os mesmo realizaram este trabalho de pesquisa na disciplina de etnografia  orientados pelo Profº Dr. Thiago Avelino. A pesquisa foi apresentada na IV semana de Psicologia, na forma de painel e  mostrando os objetivos e todo o desenvolvimento do trabalho realizado , os acadêmicos continuarão aprofundado o tema e que em breve terão a satisfação de apresentar um artigo que aborde esta realidade nos grupos de alcoólicos anônimos.

Aqui nossos votos de aplausos  aos acadêmicos do curso de Ciências das Religiões e que fizeram uma belissíma apresentação e  a cada dia produzindo para a construção de um sociedade em que reine a tolerância e o respeito pelo próximo.



ABAIXO PODEM CONFERIR AS FOTOS



terça-feira, 1 de novembro de 2011

SOBRE O DIA DE FINADOS




Assim como outras datas são importantes para nossas vidas, o dia 02 de novembro, mais conhecido como dia de finados, também tem sua relevância, pois foi criado em homenagem às pessoas falecidas.
A morte é o cessar definitivo da vida, seja ela humana, vegetal ou animal, que pode acontecer por diferentes motivos, como doenças, acidentes ou violência.
Segundo pesquisas do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o maior número de morte no Brasil é relacionado à mortalidade infantil. Porém, essa taxa teve consideráveis reduções no período entre 1991 e 2000, passando de 45,3 para 28,3, de cada mil crianças nascidas vivas.
Mas o Brasil ainda tem muito a melhorar, se comparado a outros países. Na Europa a taxa é de cinco mortes para mil crianças nascidas vivas, e nos Estados Unidos chega-se a sete.
O dia dos mortos é um dia de respeito, dedicado para que as famílias celebrem a vida eterna dos seus entes falecidos, tendo esperança de que tenham sido recebidos pelo reino de Deus.
As missas em memória às pessoas falecidas tiveram sua origem no século IV, mas foi no século seguinte que a igreja passou a consagrar um dia para essa celebração.
A escolha da data se deu em virtude do dia de todos os santos, primeiro de novembro, pois os religiosos acreditavam que todas as pessoas, ao morrerem, entram em estado de graça, mesmo não sendo canonizados.
A cultura de dedicar um dia para homenagear os mortos varia muito de localização ou religião, mas segue os princípios do catolicismo, pois a partir do século XI, os papas Silvestre II, João XVII e Leão IX passaram a exigir tal celebração.
No México, ao invés de melancolia, os mortos são homenageados com grandes festas. Isso faz com que o país receba visitas de turistas de todo mundo.
Existem alguns símbolos que são muito utilizados no dia dos mortos para homenageá-los. Os crisântemos representam o sol e a chuva, a vida e a morte e por serem flores mais resistentes são muito usadas nos velórios. As velas significam a luz do falecido, as coisas boas que eles deixaram para seus parentes vivos.
Muitas vezes, no dia de finados, o tempo fica nublado ou chuvoso. As crenças populares dizem que isso acontece porque as lágrimas das pessoas são derramadas dos céus.
Crendices populares dizem que não se deve levar terra de cemitério para dentro das casas, pois pode levar azar. Outros afirmam que comer a última bolacha de um pacote pode causar a morte da pessoa que comê-la.
No dia de finados, as pessoas enfeitam os túmulos com flores, acendem velas e muitas mandam rezar missas pelos parentes que perderam. É um dia muito triste, pois através das homenagens feitas, as pessoas voltam a sofrer a dor da perda, entristecendo-se e até chorando por saudade.
Esses sentimentos devem ser respeitados, pois não é fácil aprender a viver sentindo a falta de alguém que antes fazia parte de sua vida, que estava presente em tudo, que oferecia amor, dedicação e carinho. Com certeza, todas as pessoas sentem muito a ausência das pessoas que amam.
por Jussara de Barros,graduada em pedagogia
 equipe Brasil escola

disponível em < http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-de-finados.htm>

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Discurso do Papa para Jornada pela Paz em Assis








Discurso do Santo Padre Bento XVI
para a Jornada de Reflexão, Diálogo e Oração pela Paz e Justiça no Mundo
"Peregrinos da verdade, peregrinos da paz"
Assis, Itália
Quinta-feira, 27 de outubro de 2011



Queridos irmãos e irmãs,
distintos Chefes e representantes das Igrejas e Comunidades eclesiais e das religiões do mundo,
queridos amigos,


Passaram-se 25 anos desde quando pela primeira vez o beato Papa João Paulo II convidou representantes das religiões do mundo para uma oração pela paz em Assis. O que aconteceu desde então? Como se encontra hoje a causa da paz? Naquele momento, a grande ameaça para a paz no mundo provinha da divisão da terra em dois blocos contrapostos entre si. O símbolo saliente daquela divisão era o muro de Berlim que, atravessando a cidade, traçava a fronteira entre dois mundos. Em 1989, três anos depois do encontro em Assis, o muro caiu, sem derramamento de sangue. Inesperadamente, os enormes arsenais, que estavam por detrás do muro, deixaram de ter qualquer significado. Perderam a sua capacidade de aterrorizar. A vontade que tinham os povos de ser livres era mais forte que os arsenais da violência. A questão sobre as causas de tal derrocada é complexa e não pode encontrar uma resposta em simples fórmulas. Mas, ao lado dos factores econômicos e políticos, a causa mais profunda de tal acontecimento é de carácter espiritual: por detrás do poder material, já não havia qualquer convicção espiritual. Enfim, a vontade de ser livre foi mais forte do que o medo face a uma violência que não tinha mais nenhuma cobertura espiritual. Sentimo-nos agradecidos por esta vitória da liberdade, que foi também e sobretudo uma vitória da paz. E é necessário acrescentar que, embora neste contexto não se tratasse somente, nem talvez primariamente, da liberdade de crer, também se tratava dela. Por isso, podemos de certo modo unir tudo isto também com a oração pela paz.
Mas, que aconteceu depois? Infelizmente, não podemos dizer que desde então a situação se caracterize por liberdade e paz. Embora a ameaça da grande guerra não se aviste no horizonte, todavia o mundo está, infelizmente, cheio de discórdias. E não é somente o fato de haver, em vários lugares, guerras que se reacendem repetidamente; a violência como tal está potencialmente sempre presente e caracteriza a condição do nosso mundo. A liberdade é um grande bem. Mas o mundo da liberdade revelou-se, em grande medida, sem orientação, e não poucos entendem, erradamente, a liberdade também como liberdade para a violência. A discórdia assume novas e assustadoras fisionomias e a luta pela paz deve-nos estimular a todos de um modo novo.
Procuremos identificar, mais de perto, as novas fisionomias da violência e da discórdia. Em grandes linhas, parece-me que é possível individuar duas tipologias diferentes de novas formas de violência, que são diametralmente opostas na sua motivação e, nos particulares, manifestam muitas variantes. Primeiramente temos o terrorismo, no qual, em vez de uma grande guerra, realizam-se ataques bem definidos que devem atingir pontos importantes do adversário, de modo destrutivo e sem nenhuma preocupação pelas vidas humanas inocentes, que acabam cruelmente ceifadas ou mutiladas. Aos olhos dos responsáveis, a grande causa da danificação do inimigo justifica qualquer forma de crueldade. É posto de lado tudo aquilo que era comummente reconhecido e sancionado como limite à violência no direito internacional. Sabemos que, frequentemente, o terrorismo tem uma motivação religiosa e que precisamente o carácter religioso dos ataques serve como justificação para esta crueldade monstruosa, que crê poder anular as regras do direito por causa do «bem» pretendido. Aqui a religião não está ao serviço da paz, mas da justificação da violência.
A crítica da religião, a partir do Iluminismo, alegou repetidamente que a religião seria causa de violência e assim fomentou a hostilidade contra as religiões. Que, no caso em questão, a religião motive de fato a violência é algo que, enquanto pessoas religiosas, nos deve preocupar profundamente. De modo mais subtil mas sempre cruel, vemos a religião como causa de violência também nas situações onde esta é exercida por defensores de uma religião contra os outros. O que os representantes das religiões congregados no ano 1986, em Assis, pretenderam dizer – e nós o repetimos com vigor e grande firmeza – era que esta não é a verdadeira natureza da religião. Ao contrário, é a sua deturpação e contribui para a sua destruição. Contra isso, objecta-se: Mas donde deduzis qual seja a verdadeira natureza da religião? A vossa pretensão por acaso não deriva do fato que se apagou entre vós a força da religião? E outros objectarão: Mas existe verdadeiramente uma natureza comum da religião, que se exprima em todas as religiões e, por conseguinte, seja válida para todas? Devemos enfrentar estas questões, se quisermos contrastar de modo realista e credível o recurso à violência por motivos religiosos. Aqui situa-se uma tarefa fundamental do diálogo inter-religioso, uma tarefa que deve ser novamente sublinhada por este encontro. Como cristão, quero dizer, neste momento: É verdade, na história, também se recorreu à violência em nome da fé cristã. Reconhecemo-lo, cheios de vergonha. Mas, sem sombra de dúvida, tratou-se de um uso abusivo da fé cristã, em contraste evidente com a sua verdadeira natureza. O Deus em quem nós, cristãos, acreditamos é o Criador e Pai de todos os homens, a partir do qual todas as pessoas são irmãos e irmãs entre si e constituem uma única família. A Cruz de Cristo é, para nós, o sinal daquele Deus que, no lugar da violência, coloca o sofrer com o outro e o amar com o outro. O seu nome é «Deus do amor e da paz» (2 Cor 13,11). É tarefa de todos aqueles que possuem alguma responsabilidade pela fé cristã, purificar continuamente a religião dos cristãos a partir do seu centro interior, para que – apesar da fraqueza do homem – seja verdadeiramente instrumento da paz de Deus no mundo.
Se hoje uma tipologia fundamental da violência tem motivação religiosa, colocando assim as religiões perante a questão da sua natureza e obrigando-nos a todos a uma purificação, há uma segunda tipologia de violência, de aspecto multiforme, que possui uma motivação exatamente oposta: é a consequência da ausência de Deus, da sua negação e da perda de humanidade que resulta disso. Como dissemos, os inimigos da religião veem nela uma fonte primária de violência na história da humanidade e, consequentemente, pretendem o desaparecimento da religião. Mas o «não» a Deus produziu crueldade e uma violência sem medida, que foi possível só porque o homem deixara de reconhecer qualquer norma e juiz superior, mas tomava por norma somente a si mesmo. Os horrores dos campos de concentração mostram, com toda a clareza, as consequências da ausência de Deus.
Aqui, porém, não pretendo deter-me no ateísmo prescrito pelo Estado; queria, antes, falar da «decadência» do homem, em consequência da qual se realiza, de modo silencioso, e por conseguinte mais perigoso, uma alteração do clima espiritual. A adoração do dinheiro, do ter e do poder, revela-se uma contra-religião, na qual já não importa o homem, mas só o lucro pessoal. O desejo de felicidade degenera num anseio desenfreado e desumano como se manifesta, por exemplo, no domínio da droga com as suas formas diversas. Aí estão os grandes que com ela fazem os seus negócios, e depois tantos que acabam seduzidos e arruinados por ela tanto no corpo como na alma. A violência torna-se uma coisa normal e, em algumas partes do mundo, ameaça destruir a nossa juventude. Uma vez que a violência se torna uma coisa normal, a paz fica destruída e, nesta falta de paz, o homem destrói-se a si mesmo.
A ausência de Deus leva à decadência do homem e do humanismo. Mas, onde está Deus? Temos nós possibilidades de O conhecer e mostrar novamente à humanidade, para fundar uma verdadeira paz? Antes de mais nada, sintetizemos brevemente as nossas reflexões feitas até agora. Disse que existe uma concepção e um uso da religião através dos quais esta se torna fonte de violência, enquanto que a orientação do homem para Deus, vivida retamente, é uma força de paz. Neste contexto, recordei a necessidade de diálogo e falei da purificação, sempre necessária, da vivência da religião. Por outro lado, afirmei que a negação de Deus corrompe o homem, priva-o de medidas e leva-o à violência.
Ao lado destas duas realidades, religião e anti-religião, existe, no mundo do agnosticismo em expansão, outra orientação de fundo: pessoas às quais não foi concedido o dom de poder crer e todavia procuram a verdade, estão à procura de Deus. Tais pessoas não se limitam a afirmar «Não existe nenhum Deus», mas elas sofrem devido à sua ausência e, procurando a verdade e o bem, estão, intimamente estão a caminho Dele. São «peregrinos da verdade, peregrinos da paz». Colocam questões tanto a uma parte como à outra. Aos ateus combativos, tiram-lhes aquela falsa certeza com que pretendem saber que não existe um Deus, e convidam-nos a tornar-se, em lugar de polêmicos, pessoas à procura, que não perdem a esperança de que a verdade exista e que nós podemos e devemos viver em função dela. Mas, tais pessoas chamam em causa também os membros das religiões, para que não considerem Deus como uma propriedade que de tal modo lhes pertence que se sintam autorizados à violência contra os demais. Estas pessoas procuram a verdade, procuram o verdadeiro Deus, cuja imagem não raramente fica escondida nas religiões, devido ao modo como eventualmente são praticadas. Que os agnósticos não consigam encontrar a Deus depende também dos que creem, com a sua imagem diminuída ou mesmo deturpada de Deus. Assim, a sua luta interior e o seu interrogar-se constituem para os que creem também um apelo a purificarem a sua fé, para que Deus – o verdadeiro Deus – se torne acessível. Por isto mesmo, convidei representantes deste terceiro grupo para o nosso Encontro em Assis, que não reúne somente representantes de instituições religiosas. Trata-se de nos sentirmos juntos neste caminhar para a verdade, de nos comprometermos decisivamente pela dignidade do homem e de assumirmos juntos a causa da paz contra toda a espécie de violência que destrói o direito. Concluindo, queria assegura-vos de que a Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência, do seu compromisso pela paz no mundo. Vivemos animados pelo desejo comum de ser «peregrinos da verdade, peregrinos da paz».

 




Voce pode acompanhar toda a reportagem e notícias sobre este encontro com diversas religiões no portal : http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=284085